Vacinas da Pfizer e Moderna funcionam em HIV+, conclui estudo

Pesquisa comparou resposta dos imunizantes em pessoas com e sem o vírus da aids

Publicado em 11/08/2021
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Dois deles tinham contagem de CD4 abaixo de 200. Grupo precisa ser mais estudado. Foto: Depositphotos

As vacinas Pfizer e Moderna contra a covid-19 produzem fortes respostas de anticorpos em pessoas com HIV.

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Dois estudos conduzidos pela Escola de Medicina Johns Hopkins, dos Estados Unidos, constataram que os resultados desses imunizantes é semelhante tanto em soropositivos quanto em indivíduos que não vivem com HIV.

Um dos grupos de estudo analisou a reposta imunológica de 12 pessoas com HIV e 17 pessoas soronegativas entre sete e 17 dias após a segunda dose da Pfizer.

Das pessoas soropositivas, todas, exceto uma, era negras, sete eram mulheres e todas estavam em tratamento com antirretrovirais, com contagem de células CD4 acima de 600.

Pessoas com HIV não tinham anticorpos significativamente mais baixos quando comparados a pessoas HIV negativas, nem tinham níveis mais baixos de anticorpos neutralizantes para as variantes Alfa, Beta e Gama identificadas pela primeira vez no Reino Unido, África do Sul e Brasil, respectivamente. O estudo não analisou as respostas à variante Delta.

Não houve diferença na força ou amplitude das respostas imunes celulares em pessoas com HIV e sem HIV, embora os soropositivos tivessem uma idade média de 52 anos, em comparação com 41 anos dos demais.

No entanto, os autores do estudo afirmam que são necessárias mais pesquisas sobre as respostas às vacinas em pessoas com contagens de células CD4 mais baixas para confirmar que elas respondem tão bem à vacinação quanto as outras.

O outro grupo de estudo focou em pessoas imunizadas com a vacina da Moderna, que não está disponível no Brasil, e a Pfizer.

Foram analisadas respostas de anticorpos após a primeira e a segunda doses em cinco pessoas com HIV que receberam a vacina Pfizer e em nove pessoas que receberam a vacina Moderna.

Os participantes tinha idade média de 62 anos, todos menos um eram do sexo masculino, 12 dos 14 eram brancos e todos estavam em tratamento antirretroviral há pelo menos seis meses. Dois deles tinham contagem de CD4 abaixo de 200.

As amostras de sangue foram colhidas 21 dias após a primeira dose e 29 dias após a segunda.

O mínimo que é considerado positivo para anticorpos para o vírus da covid-19 é de 0,8 U/ml. O limite superior determinado pelo laboratório Roche é de 250 U/ml.

Após a primeira imunização, a média de anticorpos dos pacientes foi de 76 U/ml. Após a segunda dose, apenas um deles teve resultado de 236 U/ml. Os demais apresentaram mais de 250 U/ml.

Os pesquisadores apontam que as respostas dos anticorpos foram semelhantes às observadas em pessoas HIV negativas e muito melhores do que aquelas em pessoas imunocomprometidas ou em tratamento de câncer que afetam a produção de linfócitos.

Em maio, outros dois estudos concluíram que o efeito da AstraZeneca é o mesmo em pessoas com HIV e sem o vírus.


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