Nenhum gay com HIV indetectável infectou parceiro, constata estudo

Pesquisa realizada com 358 casais do Brasil, Austrália e Tailândia foi apresentada em conferência internacional em Paris

Publicado em 24/07/2017
Nenhum gay com HIV indetectável infectou parceiro, mostra estudo com 358 casais gays do Brasil, Austrália e Tailândia
Estudo analisou vida sexual dos casais por quatro anos

Um estudo apresentado nesta terça-feira 25 na 9ª Conferência IAS sobre Ciência do HIV, em Paris, mostrou que nenhum homem soropositivo e com carga viral indetectável conseguiu transmitir o HIV para seu parceiro.

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Chamado Os Opostos Se Atraem, o estudo envolveu 358 casais gays do Brasil, Tailândia e Austrália que foram analisados entre 2012 e 2016. Neste período, os casais tiveram 17 mil relações sexuais anais sem preservativo. 

Todos os casais eram sorodiscordantes - isto é, quando um tem HIV e o outro não. E todos os que possuíam HIV estavam com carga viral indetectável - quando a medicação está sendo tomada corretamente e o vírus não aparece mais no sangue.

"O nível de vírus indetectável efetivamente evita a transmissão do HIV entre os casais homossexuais", disse o professor Andrew Grulich, do Instituto Kirby da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, responsável pela pesquisa.

"Nossa pesquisa acrescenta à evidência de um pequeno número de outros estudos internacionais de casais heteros e homossexuais e significa que podemos dizer, com confiança, que efetivamente o tratamento do HIV bloqueia a transmissão em casais com diferentes níveis de HIV."

"Esta é uma notícia que altera a vida dos casais com diferentes níveis de HIV", continuou Grulich. "Mas é importante que o parceiro HIV positivo esteja sob cuidados médicos regulares e não perca nenhuma das suas medicações antirretrovirais, a fim de garantir que ele mantenha uma carga viral indetectável."

"Os resultados do estudo 'Os Opostos Se Atraem' têm implicações importantes para os casais sorodiscordantes no Brasil e em todo o mundo", comemorou a médica Beatriz Grinsztejn, do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas.


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