Aumentam casos de gonorreia e sífilis dentre gays na Europa

Relatório mostra incidência maior de ambas as infecções dentre homens que fazem sexo com homens

Publicado em 09/03/2024
Doenças: sífilis e gonorreia aumentam dentre gays e bissexuais na Europa
Malta, Luxemburgo e Espanha lideram casos de sífilis

Último relatório sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST) na Europa acendeu alerta nos órgãos de saúde do continente: cresceram os casos de transmissão dentre gays e bissexuais.

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O Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC) destacou, em comunicado, que houve “um aumento preocupante de casos de sífilis, gonorreia e clamídia, indicando uma necessidade premente de melhorar prevenção, acesso a testes e tratamentos eficazes para enfrentar este desafio de saúde pública".

O relatório corresponde a 2022 e foi divulgado na última quinta-feira 7, segundo o jornal espanhol El País.

Todas as infecções estudadas aumentaram significativamente no último ano. A gonorreia aumentou 48%, a sífilis 34% e a clamídia 16%. Todas as três cresceram em todos os grupos, mas as duas primeiras são muito mais presentes em homens que fazem sexo com homens do que em heterossexuais. A clamídia cresceu mais dentre mulheres jovens.

"A resposta a este aumento substancial de casos de IST requer atenção urgente e esforços concentrados", disse a diretora do ECDC, Andrea Ammon.

Ela continua: "Os testes, o tratamento e a prevenção estão no centro de qualquer estratégia a longo prazo. Devemos dar prioridade à educação em saúde sexual, expandir o acesso a testes e tratamento e combater o estigma associado às ISTs. Promover o uso consistente de preservativos e incentivar o diálogo aberto sobre as ISTs podem ajudar a reduzir as taxas de transmissão."

Com dados recebidos de 28 países, o estudo confirmou 70.881 casos de gonorreia em 2022, aumento de 48% em relação ao ano anterior e de 59% face a 2018.

"É o número mais elevado registrado desde que a vigilância europeia das doenças sexualmente transmissíveis começou em 2009”, destaca o documento.

A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e nos homens causa queimação ao urinar e corrimento amarelado no pênis. Diferentemente das mulheres, nos homens os casos assintomáticos são raros. O tratamento é com antibióticos.

Na média, houve 17,9 casos por 100 mil habitantes no continente. Irlanda, com índice de 75,3, Luxemburgo (73,6) e Dinamarca (66,9) lideram os casos de gonorreia, enquanto Romênia, Croácia e Bulgária não chegam a 1 caso por 100 mil habitantes.

A faixa etária mais afetada é a de 20 a 24 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Ao todo, 60% dos casos foram diagnosticados em homens gays e bissexuais.

A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Se não for tratada com antibióticos, evolui para formas muito graves e fatais.

Em 2022, foram notificados 35.391 casos confirmados nos 29 países que forneceram dados, 8,5 por 100 mil habitantes.

Isto representa aumento de 34% em relação a 2021 e de 41% em relação a 2018. As taxas foram oito vezes maiores nos homens do que nas mulheres e a principal faixa contaminada foi a de 25 a 34 anos.

Embora 74% dos casos tenham sido diagnosticados em gays e bissexuais, o relatório destaca que "2022 foi o primeiro dos últimos 10 com aumentos notáveis de sífilis dentre homens e mulheres heterossexuais".

Os países com maior incidência foram: Malta, com 24,4 casos por 100 mil habitantes, Luxemburgo (23,3) e Espanha e Irlanda (ambos com 16,6). Croácia, Lituânia e Eslovénia registraram menos de dois.

A clamídia é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e também é tratável com antibióticos. A doença afeta órgãos genitais, a região anal e a boca e causa dor ao urinar e ter relações sexuais, sangramento e corrimento.

É uma das ISTs mais comuns. 27 países notificaram ao ECDC um total de 216.508 casos em 2022 – 88 casos por 100.000 habitantes – 16% mais do que em 2021 e o número mais elevado desde o início dos registros.

"As taxas de notificação foram mais altas entre mulheres de 20 a 24 anos em 2022”, afirma o relatório.

É a doença com maiores diferenças entre os dados comunicados pelos países, sendo que alguns, como a Dinamarca, ultrapassam os 700 por 100 mil habitantes e outros, como a Roménia e a Grécia, abaixo de um.

"As diferenças nas políticas de testagem da clamídia, nas estratégias de detecção de casos e na notificação" são a causa desta disparidade, de acordo com o ECDC.

 

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