Novo presidente do Chile, Kast tem grande passado anti-LGBT

Direitista se colocou várias vezes contra projetos de garantia de direitos para a comunidade arco-íris

Publicado em 15/12/2025
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Político já disse que sociedade funciona melhor com casais heterossexuais

O advogado José Antonio Kast venceu as eleições presidenciais no Chile, no domingo 14, e não tem um bom histórico com a comunidade LGBT.

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Direitista, Kast somou 58,16% dos votos contra a comunista Jeannett Jara, apoiada pela centro-esquerda, que teve 41,83% da preferência dos chilenos no segundo turno.

O novo mandatário já havia concorrido e perdido outras duas vezes - em 2017 conquistou apenas 8% dos votos e em 2021 perdeu no segundo turno para Gabriel Boric, que agora passará a faixa para ele.

Em seus 16 anos como membro do Parlamento, Kast manifestou-se contra a pauta LGBT por diversas vezes.

Em 2012, votou contra uma lei que combateria a homofobia e a transfobia e em 2015 se mostrou contra as uniões civis homossexuais.

Três anos depois, projeto de lei que foi aprovado no Parlamento para garantir a proteção legal a pessoas trans não teve sua adesão.

Outra proposta arco-íris - o casamento civil homossexual - também foi combatido veementemente por Kast, em 2021, ainda que ele tenha sido voto vencido, no ano seguinte.

Ainda em 2021, durante sua campanha à presidência, Kast afirmou que "a sociedade funciona melhor com casais heterossexuais" e moldou posteriormente um programa que oferecia benefícios apenas a famílias heterossexuais casadas com filhos, excluindo deliberadamente casais do mesmo sexo.

Kast é fã do ditador chileno Augusto Pinochet (1915-2006), católico praticante, pai de nove filhos junto à esposa María Pía Adriasola e milionário.

Ele já elogiou Jair Bolsonaro, Donald Trump e Javier Milei, entre outros líderes de direita.

Seu pai, Michael Kast, foi membro do Partido Nazista e serviu como oficial na Wehrmacht, antes de fugir para a América do Sul após a queda de Adolf Hitler (1889-1945).

Seu irmão, Miguel Kast, teve cargos de ministro e presidente do Banco Central durante a ditadura.

Uma das entidades LGBT mais importantes do país, a Movilh não fez críticas diretas a Kast em declaração publicada após os resultados das urnas.

O coletivo afirmou que continuará a luta pela cidadania LGBT, algo que faz sob presidência de qualquer governo. 

"Seguiremos defendendo, com convicção e responsabilidade, a plena igualdade de direitos para todas pessoas LGBT, os casais do mesmo sexo e as famílias homoparentais", afirmou. 


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