Casa 1 realiza atendimento virtual a LGBT que precisam conversar

Quarentena exarcebou conflitos e criou cenário de mais ansiedade em algumas pessoas LGBT

Publicado em 24/04/2020
casa 1 são paulo lgbt
Necessidade do isolamento fez a vida de muitas pessoas parar

Em momento no qual é preciso ficar em casa, conflitos e preconceitos se exacerbam e a ansiedade pode aparecer.

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Para ajudar LGBT, a Clínica Social Casa 1, braço de atendimento de saúde da Centro de Acolhida e Cultura Casa 1, tem prestado atendimento on-line.

A clínica, que funciona em São Paulo, fechou as portas momentaneamente por causa da quarentena de contenção à covid-19.

Entretanto, em todas as terças-feiras, às 14h, é publicado nas redes sociais da Casa 1 link para quem quer se inscrever para ser ouvido no Plantão de Escuta.

As sessões de aconselhamento são realizadas às quartas e quintas das 18h às 20h, por meio de videoconferência com horário marcado previamente. 

"O Plantão de Escuta foi criado pelas demandas latentes de pessoas que frequentavam as atividades do centro cultural e dos próprios voluntários", explica a psicanalista Livia Lourenço, uma das coordenadoras da clínica.

O objetivo do plantão é fornecer atendimento individual para quando as pessoas estão mais aflitas e receosas. "É um momento muito único e exclusivo de troca entre quem escuta e quem é escutado e possibilita um encontro em si de soluções e caminhos para questões mais emergenciais e pontuais", relata Livia.

Além do plantão aberto para toda população LGBT, os atendimentos dos moradores também seguem on-line. "Levando em consideração que trabalhamos com um grupo de pessoas em grande vulnerabilização e de uma faixa etária mais jovem, eles tiveram bastante dificuldade de entender e compreender as demandas que chegaram com o isolamento social", explica a psicóloga Letícia Ferreira, também coordenadora do serviço.

"E com o isolamento surgiram ainda conflitos que não estavam latentes, como as relações familiares e até com o próprio corpo", explica a profissional se referindo ao aumento da demanda de processos de hormonioterapia por parte das pessoas trans. .

"Antes da quarentena, eles e elas estavam correndo atrás de trabalho, de estudos, de como lidar com coisas práticas e questões como os conflitos familiares ficavam em segundo plano", finaliza Letícia.

O retorno tanto de quem é escutado quanto de quem escuta são extremamente positivos. "Os relatos que temos é que está sendo bom para todo mundo, as pessoas que demandam falam que ajudou bastante em questões como conflitos familiares e incertezas e os profissionais se sentem bem por conseguirem exercer a profissão em um momento tão necessário", aponta Livia.

Vale ressaltar que o trabalho com moradores passa também por outros serviços: "Somos uma equipe multi, então além dos atendimentos regulares, os educadores e educadoras seguem com aulas on-line de inglês, espanhol, maquiagem, canto, costura e teatro, o que auxilia aos moradores e moradoras não só a passar o tempo mas também criar perspectivas para o pós isolamento", conta Leticia.

Hoje a Casa 1 conta com 11 jovens acolhidos e com um trabalho extensivo de distribuição de cestas básicas para população, sempre priorizando pessoas LGBT.


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