EUA bate recorde de infecções sexualmente transmissíveis

Casos de sífilis são maiores dentre gays e bissexuais; gonorreia pode ficar intratável no futuro

Publicado em 29/08/2018
EUA bate recorde de DST - doenças / infecções sexualmente transmissíveis
É a quinta vez consecutiva que médicos notam alta nas ISTs no país

Em 2017 foram diagnosticados 2,3 milhões de casos de clamídia, gonorreia e sífilis nos Estados Unidos. O número superou em 200 mil casos o recorde do ano anterior.

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Os índices das infecções sexualmente transmissíveis (IST) costumam ter altos e baixos e esta é a primeira vez em duas décadas com alta em cinco anos consecutivos.

Os dados compilados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) foram divulgados na terça-feira 28.

A maioria das infecções por sífilis sempre foi no grupo de homens que fazem sexo com homens, mas, segundo os cientistas, é preocupante também o aumento dentre homens e mulheres heterossexuais.

Entre 2013 e 2017, os casos de gonorreia quase dobraram entre homens - de 169.130 para 322.169 - mas também teve aumento (18%) dentre as mulheres. No geral, as infeccções pela doença passaram de 333.004 para 555.608 (alta de 67%).

A clamídia manteve-se relativamente estável - foram cerca de 1,7 milhão de diagnósticos no país em 2017. Nas mulheres, ela é especialmente perigosa pois pode causa cicatriz nos órgãos reprodutivos e levar a infertilidade.

"ISTs são generalizadas e atravessam fronteiras urbanas e rurais", a diretora da Divisão de Prevenção do CDC, Gail Bolan, ao NBC News. "Elas cruzam fronteiras socioeconômicas. Estamos vendo ISTs em lugares onde nunca as vimos antes."

Os pesquisadores não conseguem ver uma única causa para esse preocupante e constante aumento das infeccções sexualmente transmissíveis nos Estados Unidos.

Acredita-se que o uso de aplicativos de encontros tenha uma parcela de culpa, mas não há pesquisas suficientes sobre isso. 

O crescente abandono do uso de perservativos - principalmente por causa de um certo controle do HIV por meio de antirretrovirais e PrEP - também é apontado como um dos responsáveis.

Outro fator é o declínio de financiamento para agências estaduais de saúde norte-americanas. Além disso, muitos médicos não pedem exames aos pacientes e, estes, por sua vez, não sabem que precisam ser testados para essas doenças.

Uma das maiores preocupações é a gonorreia. As cepas da bactéria têm ficado cada vez mais resistentes a antibióticos - algumas delas, hoje em dia, só podem ser combatidas com um único antibiótico. 


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