Gay assumido há mais de uma década, o ator Ben Whishaw falou da complexidade de ser homossexual assumido na sétima arte e também do prazer e da diferença de trabalhar com cineastas gays.
"Não, não muitos”, comentou o ator de 45 anos sobre a pouca quantidade de atores fora do armário, em entrevista ao The Guardian.
"É complicado e provavelmente diferente para cada pessoa, mas acho que ainda tem a ver com o fato de que, se você quer ter muito sucesso, precisa se conformar ao que é considerado gosto heterossexual, ou algo assim. Ou ser sexy de uma forma heterossexual", disse.
"Sempre me surpreendo com o quanto de sexualidade está presente em tudo, na verdade. Ou desejo. Ainda existe muita homofobia e ódio. Quer dizer, está melhor, mas ainda é verdade. Além disso, quem sabe a jornada que as pessoas estão percorrendo com essas questões? Não as culpo por serem reservadas.”
Novo trabalho de Whishaw se chama O Dia de Peter Hujar, sobre o fotógrafo estadunidense Peter Hujar (1934-1987), abertamente gay, e é dirigido por Ira Sachs, com quem Whishaw trabalhou em Passagens (2023). O cineasta também é homossexual assumido.
"Trabalhar com uma pessoa gay é muito bom", afirmou o ator. Questionado se é diferente de trabalhar com um diretor heterossexual, ele pontuou: “Definitivamente, a sensação é diferente quando você está fazendo um projeto sobre homossexualidade ou questões queer".
"E existem muitos diretores gays talentosos – mas não tantos assim. Acho que é difícil para eles fazerem filmes. Então, é precioso quando você tem a oportunidade de trabalhar com um.”
O Dia de Peter Hujarestá em circuito de festivais pelo mundo e teve exibição na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em outubro. Ainda não há previsão de estreia para o País.