Oscar cria 'cotas' de LGBT para filme poder entrar na premiação

Negros, mulheres, árabes, asiáticos e deficientes também estão nas 'cotas' a serem seguidas

Publicado em 09/09/2020
Moonlight venceu melhor filme no Oscar
Questões raciais e sexuais se cruzam em 'Moonlight', vencedor de melhor em 2017 no Oscar

Maior premiação do cinema, o Oscar divulgou novas regras na competição para tornar a indústria do cinema mais inclusiva. Há cotas para negros, mulheres e LGBT. As normas deverão ser seguidas por produções que desejem concorrer à estatueta a partir de 2024.

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Os novos padrões a serem seguidos interferem tanto composição da equipe quanto na história do filme. 

Nas redes sociais, alguns louvaram as novas regras, mas outros debocharam e apontaram que, afinal, o prêmio era para ir para o melhor filme do ano e não para o "filme mais politicamente correto do ano", como afirmou o diplomata gay Richard Grenell. "The Quota Awards" (prêmio das cotas) também tem sido mencionado.

Dos quatro padrões - divididos nas letras A, B, C e D - o mais polêmico e que interfere diretamente no conteúdo da obra é o A.

A norma da Academia de Artes e Ciências de Hollywood exige que o protagonista ou coadjuvantes importantes do longa sejam asiáticos, negros, latinos, indígenas, árabes ou de outra minoria sub-representada. 

Ainda dentro do padrão A, há outras duas possibilidades: de pelo menos 30% do elenco ser feminino, LGBT, de minorias raciais ou pessoas com deficência, ou então que a história do filme gire em torno sejam sobre qualquer um desses grupos acima.

O padrão B pede que ao menos dois chefes de equipe do filme (da direção, figurino, som ou qualquer outro setor) sejam também dos grupos citados. Outra possibilidade neste padrão é que seis membros de cada equipe do filme ou 30% de toda equipe integrem um grupo racial minoritário.

O padrão C fala sobre distribuidoras ou financiadoras do longa: elas devem bancar estágios ou oferecer oportunidades de treinamento para pessoas de grupos raciais minoritários ou LGBT.

Por fim, o último padrão, o D, é sobre a distribuição do filme, incluindo marketing. É exigidos que as empresas responsáveis por esses setores tenham executivos seniores que sejam mulheres, LGBT, deficientes ou de grupos raciais minoritários.

Segundo alguns sites internacionais, apesar de todo o burburinho, as novas regras podem, na prática, não fazer diferença no futuro. Muitos dos departamentos de maquiagem, figurino e cabelo, por exemplo, já são chefiados por mulheres - o que, por exemplo, já faz com que cada filme cumpra um dos dois padrões mínimos exigidos.


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