Uma vereadora sul-mato-grossense revelou ser lésbica para defender partidos de direita que foram chamados de preconceituosos na Câmara Municipal de Campo Grande.
A discussão era em torno da cartilha "Cuidando com Respeito - Gestação de Homens Trans e Transmaculines", que mostra gravidez de um homem trans na imagem e pretende ampliar o acesso dessa população à saúde pública.
No debate, na Câmara, o vereador Jean Ferreira (PT), primeiro abertamente gay a ser eleito na capital do Mato Grosso do Sul, teria chamado a bancada do PL de preconceituosa.
A vereada Ana Portela (PL), então, se pronunciou falando de sua sexualidade para defender bolsonaristas.
'Todo mundo aqui sabe, todos os nossos colegas sabem, eu sou casada há 11 anos com a Larissa Alves de Souza, e eu não sou preconceituosa", disse a vereadora.
"Eu não preciso usar eles como massa de manobra", continuou. "Antes de eu ser casada com a Larissa, eu sou Ana Portela, eu sou filha, eu tenho pai, eu tenho mãe e eu não sou minoria."
"Não é nós contra eles. Então, não vem falar que essa bancada é preconceituosa, porque ao invés (sic) de você trazer temas pra classe LGBT, como inserir essar pessoas no mercado de trabalho, você quer sempre levar essas pessoas como minoria. Nós não somos minoria."
Ana é filha do Tenente Portela, militar da reserva que serviu com Jair Bolsonaro em Nioaque (MS) na década de 1970, e teve apoio do ex-presidente durante a campanha.