Paradas LGBT na Europa e EUA iniciam retorno. Na América do Sul, não

Cenários distintos devem-se à diferença entre nível de vacinação e controle da pandemia do novo coronavírus

Publicado em 01/06/2021
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Parada de Nova York, mesmo com restrições, vai encerrar jejum de ocupar as ruas

O que, no universo LGBT, deixam de um lado Nova York, Madri, Copenhagen, Los Angeles e Fort Lauderdale, e de outro São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Assunção e Quito? 

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O primeiro grupo voltará às ruas com eventos do orgulho ainda este ano. O segundo, não.  

O ano de 2020 marcou o movimento LGBT no planeta por a pandemia do novo coronavírus ter impedido a realização da quase a totalidade de paradas, os maiores movimentos de rua da história. 

Mas em 2021 o cenário será outro: haverá as comunidades com e as sem eventos. 

A cada dia mais marchas nos EUA, Canadá e Europa marcam datas de retorno, mesmo com adaptações, tais como necessidade de uso de máscaras e restrição de acesso para não haver muitas pessoas.

Entretanto, as organizações LGBT na América do Sul, no geral, não nutrem esperanças de que poderão fazer o mesmo. 

A razão não é aleatória: nos países desenvolvidos, a vacinação contra covid-19 está avançada ou com boas perspectivas.

Na América do Sul, o contrário tem ocorrido. Até países que já foram exemplos na região, tais como Argentina e Uruguai, agora figuram dentre os lugares com os maiores níveis de infecção do mundo. 

Enquanto a entidade organizadora do evento em Nova York, cidade em que mais da metade da população já recebeu a primeira dose, enche as redes sociais de posts sobre a programação para junho, no Rio de Janeiro, a vibração é outra. 

Quem explica é Júlio Moreira, diretor sócio-cultural do Grupo Arco-íris, que organiza a marcha carioca. 

"Dentro dessa cenário que o Brasil está, com possibilidade de haver terceira onda, variante indiana, vacinação lenta... E até pelo pouco tempo para captação de recursos, não prentendemos fazer parada este ano. Estudamos realmente algo on-line", disse ao Guia Gay

O mesmo ocorre em Quito, capital do Equador, explicou à nossa reportagem o coletivo Orguio. 

"Não teremos marcha este ano. Faremos atividades sociais, educacionais e recreativas on-line." Essa também foi a saída encontrada em 2020. 

O cenário cinza no Brasil tem um responsável, opina a presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de Santos, Daisy Eastwood. 

"Faremos edição virtual, em outubro. Triste a situação da pandemia, que não nos permite voltar às ruas. E isso se deve ao descaso do governo federal na gestão do problema e na vacinação."

O contrastre tem exemplo icônico. Enquanto a World Pride (parada mundial) será realizada em agosto em Copenhagen, a de São Paulo, a maior do planeta, já decidiu que não poderá pintar as ruas de arco-íris pelo segundo ano consecutivo. Neste domingo 6, será feita edição on-line

Na América Central e no México, há misto de situações.

A Cidade do Panamá e algumas marchas mexicanas já anunciaram edições presenciais, nem que seja por meio de carreatas, tal como em Guadalupe.

Cidade do México e Guadalajara, as duas maiores do país, já decidiram que apenas a palidez das máscaras desfilarão pelas ruas nos próximos meses.


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