A polícia prendeu quase 200 homens em Nova York desde início de junho em banheiros da Penn Station, maior estação ferroviária intermunicipal da cidade.
De acordo com a imprensa internacional, o banheiro que fica próximo à 8ª Avenida com a Rua 31 tornou-se ponto de encontro para usuários do app Sniffies, voltado a homens gays e bissexuais.
A repressão teria começado após reclamações do público. Em apenas um dia houve 20 prisões.
O site Gothamist afirma que há policiais disfarçados com câmeras acopladas ao corpo que têm se escondido nos compartimentos ou se posicionado nos mictórios.
"Continuamos patrulhando os banheiros", afirmou o subchefe de polícia da Amtrak, Martin Conway.
"Naturalmente, vamos lidar com as condições. Continuamos patrulhando os banheiros e, se e quando encontrarmos qualquer atividade criminosa, efetuaremos as prisões."
Segundo o agente, 20 dos 200 detidos foram entregues ao Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês).
Como a polícia da Amtrak é uma agência federal, ela não está vinculada às leis do estado de Nova York que proíbem os departamentos de polícia locais de cooperar com o ICE.
A repressão ocorre em momento no qual o governo do presidente Donald Trump faz pressão para deportar imigrantes, mesmo os que não foram acusados de crime.
Os detidos nos sanitários enfrentam acusações de atentado ao pudor e exposição indecente.
Ao site The City, um profissional de saúde de 31 anos afirmou que foi preso simplesmente porque usava um bracelete arco-íris.
"Nunca fui preso na minha vida. Foi traumatizante", disse a vítima, que foi liberada depois.
Na sexta-feira 26, quatro deputados de Nova York emitiram comunicado à imprensa, endereçado ao presidente da Amtrak, Roger Harris, condenando as prisões.
"Embora a Amtrak tenha o direito de garantir que suas instalações não sejam usadas para fins ilícitos, não acreditamos que a Amtrak deva fazer isso com uma campanha hostil de prisões que lembra o policiamento anti-LGBTQ", diz trecho do texto.