Morreu no sábado 12 o crítico de cinema, ator, diretor, roteirista, escritor e professor Jean-Claude Bernardet.
Bernardet estava com 88 anos e teria tido um AVC no Hospital Samaritano, em São Paulo. Ele tinha câncer de próstata reincidente e havia decidido não tratá-lo com quimioterapia.
Nascido em Charleroi, na Bélgica, o crítico passou a infância em Paris e chegou ao Brasil com 13 anos. Ele naturalizou-se brasileiro em 1964.
Apesar de ser mais conhecido como um dos maiores críticos de cinema do País, Bernardet também fez história em outra seara: a do ativismo gay.
Em 1978, ele foi um dos fundadores do Grupo Somos, a primeira entidade gay e LGBT do Brasil, junto a nomes tais como o do escritor João Silvério Trevisan e do antropólogo Peter Fry.
No mesmo ano, Bernardet também integrou a equipe que inaugurou O Lampião da Esquina, primeiro jornal gay do Brasil de circulação nacional.
Bernardet era soropositivo para HIV e falava abertamente sobre a questão.
Em 1965, ele fundou - junto a nomes como Paulo Emílio Salles Gomes, Lucila Ribeiro Bernardet e Pompeu de Souza - a Universidade de Brasília (UnB) e se tornou responsável pelo curso de cinema.
Dentre suas obras literárias, destacam-se Cineastas e Imagens do Povo (1985), O Autor no Cinema (1994), Historiografia Clássica do Cinema Brasiliero(1995) e A Doença, uma Experiência (1996), sobre sua convivência com o HIV.
Bernardet seria velado na tarde deste domingo na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, cidade em que estava radicado há décadas.