Advogado de Sandrão quer tirar 'Tremembé' de circulação

Sucesso no Prime Video, atração retrata rotina de criminosos famosos

Publicado em 17/11/2025
Sandrão Tremembé
Ex-detenta afirmou que série não é fiel aos fatos

O advogado de Sandra Regina Ruiz Gomes, conhecida como Sandrão, quer tirar a série Tremembé do streaming por acreditar que a atração mostra sua cliente de maneira errônea.

Curta o Guia Gay no Instagram

Na série dirigida por Vera Egito para o Amazon Prime Video, Sandrão está na cena da morte do adolescente Talisson Vinicius da Silva Castro, de 14 anos. 

No processo, no entanto, Sandrão foi condenada por participação no sequestro que resultou no assassinato do jovem, mas não estava presente durante o ato.

"A Justiça entendeu que eu fazia parte disso, não que fui eu que fiz. Não, eu não matei ele. Eu fiz participei de um crime, mas não fui eu que dei o tiro, eu nem estava lá", declarou a ex-presidiária em entrevista ao Domingo Espetacular, da TV Record, no domingo 16.

"Estamos pedindo para suspender a série porque ela distorce a verdade dos fatos", disse, ao programa, o advogado dela, José Roberto Rodrigues.

"A verdade é que Sandra Regina participou, é ligada ao resultado morte, mas a sua participação foi a ligação. Ela ligou. Foi provado no processo que ela estava em lugar diverso. Quando a séria traz ela em uma cena colocando o jovem ajoelhado, isso agravou a penalidade."

Sandrão e o seu namorado na época, Valdir Ferreira Martins, e outros dois cúmplices, sequestraram Talisson, que era vizinho dela, em Mogi das Cruzes, Região Metropolitana de São Paulo, em 2003.

Eles acreditavam que a família do jovem tinha dinheiro por possuir dois carros. 

Talisson foi levado para um imóvel desocupado pela família de Valdir e ficou trancado em uma suíte por três dias.

Sandrão se dividia entre organizar o sequestro e consolar a família, de quem era amiga. Ela chegou a simular, ao lado dos familiares dele, estar negociando com os sequestradores.

No entanto, o garoto escapou do quarto, mas não conseguiu fugir da residência e ficou na sala assistindo à televisão. Quando Sandrão e Valdir voltaram ao local, o adolescente os reconheceu e eles decidiram matá-lo.

Na cadeia, Sandrão se envolveu com Elise Matsunaga e depois com Suzane von Richthofen.

À atração da Record, ela negou que tivesse poder sobre as outras detentas e sobre o espaço, como é mostrado na série.

"Eu não tinha poder nenhum, é mentira. Eu não fui líder de nada. Fizeram uma ficção baseada na minha vida real", alegou.

"Fiquei nove anos em Tremembé. Lá me fez virar gente, é totalmente disciplinado. Quem está lá não quer sair. Lá você trabalha, estuda, se alimenta, pode dormir, ninguém vai te matar."

Sobre o relacionamento com a assassina do pais, Sandrão disse: "A beleza [da Suzane me chamou atenção]. A gente jogava xadrez, nisso a gente foi se aproximando. Sim [me apaixonei]. Sim, eu acredito [que ela se apaixonou]. Foi intenso."

"Ela não queria [que soubessem], de forma alguma. Quando ela decidiu que queria ficar comigo, já era autorizado. O tempo que eu tive com ela eu fui feliz. A gente ia começar do zero, montar uma oficina para ela."

"Pode ser que em algum momento ela seja fria e manipuladora, mas eu enxergava ela como a Suzane... Ela disse que se arrependia [do que tinha feito], que sofria com isso, que nada deveria ter sido como foi. Eu acho que ela amava a mãe de verdade", afirmou Sandrão.

Sandrão relatou que o relacionamento terminou em 2015, após as duas darem entrevista a Gugu Liberato (1959-2019).

"Eu não tinha estrutura nenhuma para comportar ela. Eu sou pobre, sou da periferia", disse. "Eu olhei para ela e falei: 'Acabou a minha missão com você'. Eu senti que tinha que fazer algo por ela, eu já tinha feito", justificou.

Sandrão foi condenada a 27 anos de prisão, pena que depois foi reduzida para 24 por não ter participado diretamente da execução do adolescente. Em 2015, ela passou para o regime semiaberto.


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.