'Desserviço', diz ativista sobre post da Antra a respeito de gays

Ao falar de número de seguidores nas redes sociais, entidade trans afirmou que Brasil 'ama e defende' homossexuais e drags

Publicado em 18/01/2022
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'Lamentável essa postura da Antra, uma vez que existe sim violência sistêmica direcionada a gays', avalia ativista

A lista de polêmicas geradas pelo Big Brother Brasil 22 ganhou um caso dentro do ativismo LGBT horas antes de o reality iniciar, na noite da segunda 17. 

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Em postagem nas redes sociais no dia anterior, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), ao defender o segmento, afirmou que o Brasil rejeita pessoas trans e não possui nenhuma restrição a gays e drag queens. 

"Esse país [Brasil] odeia travestis na mesma medida que cultua, segue, consome, ama e defende gays e drag cis", afirmou a entidade. 

A mensagem avaliava, dentre outros pontos, o fato de o participante do BBB 22 Vinícius Sousa, gay e influencer, ter ganho 2 milhões de seguidores desde o anúncio de quem iria integrar a atração, na sexta 14, e Linn da Quebrada, que é trans, cantora e que também fará parte do reality show, não ter recebido muitas novas adesões na rede social e ainda ter apenas cerca de 600 mil indivíduos que acompanham suas postagens. 

Pabllo Vittar e Gloria Groove, drag queens, também foram alvo da organização. 

Nada foi dito sobre qual a razão de as próprias pessoas trans não se seguirem e se apoiarem. Pesquisa divulgada em 2021 mostra que o Brasil tem cerca de 4 milhões de trans. 

A afirmação causou reação negativa dentro do ativismo LGBT. O presidente da Rede Gay do Brasil, Fábio de Jesus, mostrou reprovação ao que foi dito pela Antra tanto pelo critério quanto pela conclusão. 

"Avaliar o comportamento de uma população de um país de mais de 210 milhões de pessoas por meio milhão ou dois milhões de seguidores em uma rede social não é algo sério. Existe um Brasil muito mais complexo fora dos likes. E violento", disse o ativista ao Guia Gay

E continuou: "Lamentável essa postura da Antra, uma vez que existe sim violência sistêmica direcionada a gays. Um absurdo uma instituição nacional se prestar a esse papel de diminuir a dor do outro e propagar uma mentira."

Fábio também afirmou que é prejudicial ao ativismo fazer tal tipo de comparação entre os segmentos com anulação de um deles. 

"O que a Antra fez é extremamente desnecessário. Ela deve sim lutar pela dignidade de pessoas trans, mas não estabelecer um confronto e ataques a gays e drags. Cada pessoa tem sua história de dor. Precisamos é nos unir. Postagens como essa só prestam desserviço a nossa luta."

Nas redes sociais, mais críticas à entidade trans.


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