Morre Terence Davies, diretor que evitava sexo por odiar ser gay

Cineasta reverenciado por críticos escolheu ser celibatário por não conseguir lidar com relacionamentos

Publicado em 08/10/2023
Morre o cineasta gay Terence Davies
"Eu entrei na cena gay por alguns meses e pensei: 'Isso não é para mim'

Morreu no sábado 7 o diretor e roteirista Terence Davies. Ele estava com 77 anos e faleceu em casa após batalha contra doença não revelada.

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Britânico e católico, o cineasta tinha grande problema em se aceitar gay e escolheu não fazer sexo pela maior parte de sua vida.

Devoto religioso, Davies contou ao The Guardian em 2015 que ficava com os joelhos sangrando literalmente de tanto rezar na adolescência.

Quando se percebeu gay, "isso foi ainda pior. Estava além da graça de Deus. Foi horrível".

"Eu odeio ser gay e fui celibatário durante a maior parte da minha vida. Algumas pessoas são boas em sexo e outras não. Eu sou uma das que não são. Eu tenho bastante autoconsciência", disse.

À mesma publicação, em 2022, o diretor voltou a ser questionado sobre o tema, já que seu último filme, Benediction (2021), fala de um homem que se converte ao catolicismo, se casa e tem vários romances gays na vida.

O cineasta contou que em 1977 morou com uma mulher quando começou a fazer escola de cinema. "Naquela época, existia a atitude de 'encontre a pessoa certa e será feliz'."

Ele contou que a experiência não foi bem sucedida, pois achava extremamente difícil lidar com qualquer relacionamento. Por causa disso, morava sozinho desde 1980.

"Eu entrei na cena gay por alguns meses e pensei: 'Isso não é para mim'. Não gostei da venalidade sexual e do narcisismo. Eu não posso viver assim. Se é assim que outras pessoas querem fazer, tudo bem. E é algo de que não me arrependi. Conheço vários casais gays que estão juntos há muito tempo e que se amam, e isso é lindo de ver.”

Davies parecia mais resignado do que triste, de acordo com a reportagem.

"Não sou tão bom na vida”, disse. "Por causa daquele negócio de interação entre as pessoas e de não conseguir interpretar as coisas direito."

Davies foi aclamado pela crítica por Vozes Distantes (1988) e também se destacou por Fim de um Longo Dia (1992), A Essência da Paixão (2000) e Amor Profundo (2011).

 

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